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Um cruzeiro por trás dos encantos

Em janeiro de 2013, fiz um cruzeiro com uma amiga por cidades da costa brasileira por 8 dias. Iniciamos no Rio de Janeiro e passamos por Salvador, Ilhéus, Ilhabela e Santos. Para isso, com antecedência de alguns meses, contratamos uma empresa chamada West Viagens. Tudo foi realizado com muita tranquilidade; Celso, o responsável pela empresa, foi até a escola em que trabalho para fecharmos negócio.

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Uma foto caseira do “nosso” navio

O navio em que fizemos o cruzeiro foi o magnífico Costa Favolosa. Ele foi o cenário do filme “Meu passado me condena”. Havia diversas programações em qualquer hora do dia: gincanas, aulas de dança, exercícios aeróbicos, shows, festas… Poderíamos ter 5 refeições por dia com cardápios muito variados. Não senti qualquer necessidade de gastar dinheiro dentro do navio.

Recebíamos a programação diária toda noite anterior. Diante da diversidade de opções, cada um usufruia do que o navio tinha a oferecer de acordo com seus gostos. Certamente, as piscinas tinham um alto nível de popularidade.

Tudo parecia impecável. Os shows eram incríveis e as festas eram elaboradas de maneira muito criativa. Os profissionais que faziam tudo funcionar eram oriundos de diversos lugares do mundo. Durante o jantar, em determinados momentos, alguns garçons paravam de servir e começavam a dançar, num show divertido e surpreendente.

Algumas pessoas reclamavam bastante por sentirem enjoos. Apesar de toda tecnologia tornar o balanço do mar sutil, não o torna impercetível. Isto pode acabar trazendo transtornos para pessoas sensíveis. Um casal que conhecemos durante o café da manhã, afirmou que desembarcariam na parada seguinte e tomariam um avião para casa por não suportarem tantos enjoos. Não senti enjoos e até acho que o balanço do mar embalou meu sono.

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Festa num cruzeiro. Fonte da imagem.

Apenas um funcionário, era designado para ser camareiro(a) em cada quarto. A camareira do nosso quarto se chamava Maria. Era uma moça muito gentil que fazia seu trabalho com dedicação. Conversávamos com certa frequência. Ela disse que não dispunha de muito tempo para descanso e que só tinha pouco mais de uma hora para se ausentar do navio o que era gasto pagando contas, por exemplo. Passamos a observar outros trabalhadores. Os animadores davam aulas de dança durante o dia, participavam de alguns shows w animavam as festas à noite. Sempre me questionava sobre as relações trabalhistas naquele espaço.

Por trás de toda a beleza do s cenários que visitamos e das possibilidades de entretenimento oferecidas naquele espaço, observei o quanto as pessoas que faziam tudo aquilo funcionar estavam comprometendo tanto a saúde física quanto a mental. Em conversas com estas pessoas, percebi que trabalhar neste espaço havia sido uma escolha baseada no retorno financeiro significativo que recebiam.

Certamente, foi uma experiência muito boa, mas percebi que todo aquele luxo e conforto tinha um preço diferente do que eu imaginava para quem de fato colocava “a mão na massa”. É pra pensar, né?!

Brasileira e carioca. Residente no Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia, atua como professora, mais especificamente na área de Educação Especial. Casada, além disso vive com um cachorro com uma inteligência assustadora. Ama dançar. Mochileira assumida com paixão por botar o pé na estrada.