Furadas de viagem – A praia vermelha com o Capitão Loko em Curaçao

Quando fomos a Curaçao, já contei aqui, queríamos uma experiência de segunda lua de mel (era meu primeiro casamento ainda). Destino paradisíaco e maravilhoso, Curaçao tem vários encantos e segredos que só mesmo visitando pra saber!

Tem muita coisa boa no relato que vou contar, mas tem sempre alguma coisa pra NÃO fazer, né? Então só lendo pra saber o que aconteceu 😉

Ainda no aeroporto da Colômbia, em Bogotá, encontramos um rapaz, uma moça e duas primas-irmãs (são nossos amigos até hoje!) muito animados e que foram as melhores companhias de viagem possíveis nesses dias! Quando chegamos em Curaçao, trocamos contatos e de lá alugamos dois carros (para caber todo mundo!) e fomos ser felizes!

Em um dos dias da viagem, conforme sugestão do Rodrigo (o amigo do aeroporto) fomos visitar a praia de Santa Cruz. Na verdade, não sei como, o Rodrigo sabia que nesta praia tinha um “capitão” que tinha um restaurante e oferecia “tours”. Ok, fomos lá conferir. O Rodrigo e a namorada mesmo não foram (queriam ir mergulhar neste dia), fomos Sandra, Lu, Tadeu e eu.

De fato, chegando lá, tinha uma construção que era a casa do sujeito e também um restaurante de decoração um tanto sui generis. Tinha desde quadro da Santa Ceia até cabeça de boi, pedaço de boneca, rede de pesca…tudo misturado, do teto às paredes…a paisagem era linda e mesmo com a decoração estranha, o lugar tinha um charme.

E aí vem o capitão…ele serve somente um prato de peixe (o peixe que ele tiver pescado no dia) com batata frita e salada. Quem cozinha é a esposa dele. Ele afirmava que aquela comida seria maravilhosa. De fato, foi! Uma batata frita alaranjada como nunca havíamos comido e acho que só tem lá. O capitão era mesmo estranho, fazia auto-propaganda o tempo todo e tinha uma TV tela plana na parede passando um documentário sobre o “Captain Goodlife” e a pesca do  lion fish. Aí que entendemos que aquele era mesmo um figurão da ilha. O  lion fish, ou peixe leão, é uma espécie invasora do Caribe. Difícil de pescar, mas sua caça é liberada, exatamente por ser espécie invasora. Sua carne pode ser contaminada por uma toxina, mesmo assim, tem gente que oferece (o capitão é um!).

Até agora nenhuma furada…ok…verdade, tava tudo uma delícia. Até o capitão nos oferecer o passeio de barco com mergulho. A Sandra sabe mergulhar de snorkel super bem e queria ir. Além disso, ele oferecia para nos levar a uma praia, pequenina, que seria “linda” segundo a descrição. Topamos ir no barco, pois era ali perto, era barato e já estávamos ali.

Só mesmo a Sandra foi mergulhar…era uma caverna lindona, vimos as fotos. Mas é para quem sabe…ela disse que foi bem cansativo e ainda bem que a gente não se arriscou. Poderia ter sido uma furada mesmo…Depois a gente seguiu para a tão falada praia. E aí que a coisa degringola.

Chegamos na praia e achamos que o barco ia ficar lá com a gente. Nada…ele disse: desçam com suas coisas, depois venho. Oi? A gente desconfiou mas…fazer o quê…já estávamos lá. Descemos, ficamos lá. O lugar não tinha nada , mas nada demais mesmo. Ele chamava de “praia vermelha” mas era tudo marrom…quando vimos o barco ir embora, a Lu e eu resolvemos andar mais na direção oposta ao mar para ver se tinha outra saída.  Mas…era impossível! Nunca vimos tanto pernilongo na vida! E estávamos com roupa de praia, ou seja, super expostos. Não tinha escolha, fomos para a água. Mas as pestes nos seguiam. E foi ficando mais tarde, e começou a pingar uma chuvinha leve (ainda bem que não passou disso) e nada do homem voltar. Não tinha sinal de celular. Pra piorar, vimos o barco dele passar ao longe, cheio de gente, pro outro lado e a gente lá. Morrendo de medo dele nos esquecer. Quanta inocência, a gente pensava….Vamos passar a noite aqui. Já tínhamos visto tudo o que tinha pra ver naqueles 50 metros quadrados, já tínhamos visto tudo o que é peixe pra ver, já tínhamos cansado, já tava meio frio e nada do homem…caramba, que sufoco!

Enfim, chega o figura…”ahahaha! Aproveitaram, não é linda a praia?”, ele ria, ria…noiado, doidão! Tava com um beck pendurado no beiço, muito doido! Nos entreolhamos, pulamos no barco e fomos acabar com aquilo logo. Nem de alívio eu consegui sorrir, tava doida pra entrar no carro e ir pro hotel. Caraca, que perrengue! Nunca lutei tanto pra não perder o controle naquela ilhazinha cheia de pernilongos do inferno.

Se você for a Curaçao, recomendo fortemente visitar o restaurante do capitão doidão!  A comida é muito boa e o lugar vale a pena a visita. A praia Santa Cruz também vale a pena, muito linda. Mas…se quiser fazer um passeio de barco, não vá com ele, não vá mesmo! Pelo menos fomos recompensados com o por do sol maravilhoso que é a foto de capa desta matéria…

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