Jalapão é Melhor Ao Vivo: uma viagem ao “Outro lado do Paraíso”
Jalapão também conhecido como o deserto brasileiro é lindo e surpreendente. A novela Outro Lado do Paraíso trouxe notoriedade para esse lugar lindo e que todos deveriam conhecer. Danubia conheceu o Jalapão e resolveu contar aqui no blog detalhes do seu planejamento e como foi sua experiência por lá.
Danubia é irmã de Daiane Ximenes, amiga de Denise que já escreveu um post sobre viagem com bebês para o Chile. Ela é advogada, vive na Baixada Fluminense e também ama viajar. Vamos embarcar nessa viagem com ela?!?
As aulas de geografia sempre me chamaram atenção. Tipo de solo, clima, nome de países, estados e cidades faziam minha mente viajar sem sair de Vista alegre, um pequeno bairro no Rio de Janeiro. Em uma das aulas um professor comentou e mostrou algumas imagens do Jalapão, o deserto brasileiro, com solo arenoso. Seria uma espécie de savana cheia de veredas. Eu fiz uma mistura do que tinha assistido em um programa de tv sobre a savana africana, com vários oásis que tinha visto em um filme e tudo isso rolou até o sinal do recreio tocar.
Anos depois, uma amiga veio falar novamente do Jalapão e comentou de irmos para lá, mas naquele momento, com faculdade em curso e outras urgências, a vontade de desbravar esse local, até então desconhecido pelos próprios brasileiros, teve de esperar.
Um dia, conversando com um grupo de amigos, soube que teria um congresso da união de mocidades presbiteriana do Brasil, da qual eu fazia parte, em Palmas, no ano de 2014. Meus olhos brilharam e vi, naquela quantidade de pessoas, a oportunidade de fechar um tour pelo Jalapão, o que tornaria a viagem beeeem mais barata, mas como convencê-los? Como fazer com que oito pessoas que não tinham ideia do que eu estava falando, nem do que encontrariam, embarcassem nessa comigo?
A resposta veio quando lembrei daquela aula e da imagem que o professor mostrava, então lancei a proposta com tudo que a internet tinha a oferecer sobre o Jalapão, além disso usei a lábia e falei: “Quando vamos ao Tocantins novamente? Vai ser inesquecível! Tem um tipo de lago muito profundo que te faz flutuar! As cachoeiras são lindas! Vocês sabem que é de lá que vem o capim dourado? Não vai ficar caro, pois vou procurar algo prático e depois vamos curtir o congresso em Palmas, ou seja, não vai ser só trabalho de congresso, vai ter lazer também.” E aí… consegui!!!
Como chegar ao Jalapão
Corremos para o computador e um amigo achou promoções pela empresa que se chamava TAM naquela época para janeiro de 2014, em um valor excepcional, afinal, mesmo agora com toda a notoriedade que o Jalapão tomou, a grande massa ainda não procura o Tocantins como um destino turístico para curtir época de férias de verão, ou seja, é possível achar algumas promoções, mesmo em alta temporada, para Palmas.
Conseguimos a promoção de voo com conexão em Brasília e logo em seguida partimos para fechar logística de chegada ao Jalapão e o retorno a Palmas e após Rio. Pesquisando possibilidade de aluguel de carro, hospedagem e passeios no Jalapão, percebi que seria mais prático, barato e seguro fechar um pacote com alimentação, carro com tração e hospedagens para o nosso destino.
Fazendo diversas pesquisas, descobri a empresa Livre expedições que oferecia pacotes com diversas possibilidades de diárias e passeios, tanto no Jalapão, quanto em outros pontos do Tocantins, que aliás é um destino que vale a pena! #Fica a dica para você que gosta de desbravar lugares menos óbvios. Fechamos com a Livre expedições um pacote de 4 dias que incluía: transporte 4×4, alimentação, hospedagens, taxas de entrada dos passeios e guia dentro do parque estadual do Jalapão, além de transfer Palmas x Jalapão / Jalapão x Palmas. Obviamente os valores mudaram por conta do passar dos tempos e da grande procura depois da novela (o site da empresa fala que estão a partir de R$1.550,00 (hum mil quinhentos e cinquenta reais), mas se o passeio for feito com um grupo grande e aventureiro, como o nosso, vale muito a pena e é plenamente acessível, para nós na época saiu muito em conta até porque era desconhecido e o pacote incluía até mesmo alimentação.
Com o voo e estrutura fechados, lá fomos nós. Meu medo de voar mais uma vez, tomava conta de mim, porém, mais uma vez, respirei e venci o primeiro trecho até Brasília e depois encarei a segunda parte do voo. No entanto, no segundo trecho algo não cheirava bem. Umas 2 horas depois da decolagem, começamos a sentir um cheiro horrível no ar, parecido com comida azeda e ao olharmos pra trás tinha um cara comendo, de forma meio selvagem, algo dentro de um saco! Eu não sei o que era aquilo, mas seja lá o que fosse, tinha morrido há muito tempo. Bem, fomos até o fim com aquilo e ficamos aliviados ao chegar e nos livrarmos daquele futum que durou todo voo.
Chegamos tarde em Palmas e tínhamos decidido fechar um pernoite no Alfredu’s Hotel, que tinha café da manhã e preço bem acessível. Chegando lá as instalações eram bem básicas, mas era apenas uma pernoite, chegamos tomamos um banho e fomos comer alguma coisa em uma área comum, no hotel mesmo, quando mais uma vez sentimos aquele cheiro horrível do voo. Eu comentei: “Acho que fiquei traumatizada e estou sentindo aquele cheiro horrível do voo novamente”. Meus amigos concordaram e logo em seguida uma amiga, arregalou os olhos e apontou para frente quando nos deparamos, com o mesmo cara da comida do avião! Kkkk fizemos daquilo uma piada, apesar de temerosos de encontrar o mesmo homem com a comida estranha no passeio do Jalapão.
O que fizemos no Jalapão
No dia seguinte, tomamos café, o Fernando da Livre Expedições nos encontrou e partimos para o parque. Fomos diretos para a Cachoeira da Roncadeira, Canyon de Sussuapara, só não tivemos sorte, pois naquele dia passaríamos na pedra furada, mas uma chuva torrencial caiu e não valia a pena parar ali e fomos direto para uma pousada em Ponte Alta, onde pernoitamos. A hospedagem era simples, Pousada Águas do Jalapão, mas bem confortável e o almoço era caseiro, mas muuuuuito gostoso!!!
No dia seguinte fomos até a Cachoeira da Velha, Prainha do Rio Novo. Aliás: essa prainha era ma-ra-vi-lho-sa, linda, calma e transparente.
De lá seguimos para ver o pôr do sol nas Dunas do Jalapão e foi um verdadeiro “desbunde” da natureza. As dunas ficam laranja no pôr do sol, é indescritível e imperdível, voltei maravilhada para outra pousada, agora em Mateiros.
No terceiro dia fomos ver essas coisas lindas e maravilhosas que são os fervedouros. O primeiro foi o do Ceiça, que já tinha deixado o grupo satisfeito e muito empolgado. Depois fomos ao Buritizinho, onde almoçamos (mais uma vez um espetáculo de comida).
Do Buritizinho fomos para a comunidade de Mumbuca (associação do capim dourado) e ficamos enlouquecidos querendo comprar tudo. Então, após as compras, partimos para a Cachoeira da Formiga que simplesmente era verde esmeralda!!!
No último dia, saímos com aquela sensação de que deveríamos ter fechado mais dias e passamos pela Serra da Catedral e também fomos a Morro Vermelho.
Por fim, depois de tantos dias juntos, fizemos amizade com nossos guias e quando alguém falou despretensiosamente sobre gostar de aventura, o Fernando nos falou da possibilidade de fecharmos um rafting para iniciantes a parte (eles falam que até bebês fazem rsrs), com uma equipe que ele conhecia, no Rio do Sono, na volta para Palmas e a maioria topou!!! Foi Top!!
Após a aventura, o Fernando nos deixou no ponto onde ocorreria nosso congresso em Palmas, e permanecemos por mais uns dias e fizemos alguns tours pela cidade.
Foi isso, gente! O Jalapão é lindo e surpreendente, um local que os brasileiros deveriam conhecer mais! É um lugar onde a natureza berra sua exuberância. Enfim, é um paraíso e tenho certeza que você não vai se arrepender de conhecer e mesmo que a novela, tenha mostrado bastante e eu tenha escrito muito, nada disso é suficiente, porque ao vivo é muito melhor!
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