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Andando de metrô – parte II (perdendo o marido em Paris)

Como perder o marido no metrô  (fui proibida pela Roberta de por este título)

Depois de fazer a parte I, vem a parte II – igualmente útil (ou não!)

Perder o marido no metrô é muito fácil. Vá pra um lugar que tenha metrô, entre rapidamente na hora de fechamento das portas enquanto ele pensa porque o céu é azul, dê tchau!

Foi quase isso. Mas não bem assim, haha! Eu já tinha viajado para Paris quando solteira, com uma amiga (contei um pouco sobre isso aqui),mas desde que conheci o Tadeu a gente sonhava ir juntos pra lá. Era a cidade que ele mais queria conhecer. Eu ainda vou postar nosso roteiro, que além de ter sido enxuto, deu pra ver os principais pontos de lá. Mas acho que a essa altura você quer saber como a gente se perdeu no metrô.

Todos os dias a gente caminhava até a estação, olhava qual a linha tinha o ponto próximo de onde queríamos ir, qual a cor, a direção e íamos. Simples assim. Um dia qualquer da viagem, queríamos ir pela linha amarela , acho, destino final Notre Dame. O metrô tava chegando e na pressa, nos confundimos com a direção. Naquela de tá certo, tá errado eu pensei mais rápido que falei. Tadeu não tava acostumado ao metrô. Pegar metrô pra direção errada não é grave, dá pra trocar em qualquer ponto da linha, a princípio. Aí, entrei, com a porta já fechando. Tinha certeza que ele tinha vindo atrás. Mas não veio. E o metrô foi. Sabe o Hermanoteu na Terra de Godah (vou, não vou, vou não vou…o mar abriu eu fiquei!). Então. E a direção era a errada, aff. E ele ficou lá, pra trás. Camisa do Vasco da Gama, primeira paixão da vida dele, cara de cachorrinho caído da mudança. Eu vi e acenei como que dizendo: “eu volto, eu volto”. E ele ficou lá parado, enquanto o metrô ia embora.

É amigo, vai rindo… Pensei: bom, ele é inteligente, entendeu e vai ficar. O plano: assim que o metrô der a volta, abre a porta, eu saio e venho pegar o marido no mesmo lugar. Só que,  mes chers amis, a gente planeja uma coisa e a vida faz outra. Quando o funcionário do metrô, que também entrou pra limpar, viu o ocorrido, ele disse pra eu fazer exatamente o que pensei. Graças a Deus falo um pouco de francês, entendi tudo e expliquei o caso. Ele voltou comigo pra pegar o Tadeu e… Quem disse que ele estava lá? Sumiu… Pensei: dia perdido, será longo e não vou o encontrar mais, não tão facilmente. Eu estava com o dinheiro, os tickets, aquela já era uma troca de linha e ele não teria como voltar.

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Enfim o alívio – Notre Damme

Bom, o funcionário do metrô me acompanhou e a gente subiu e desceu a escadaria do metrô. Ele dizia que provavelmente o Tadeu pensou a mesma coisa que eu e deveria estar do outro lado me esperando. Nisso eu já pensava em como faria pra chamar o meu marido pelo sistema de som e como isso levaria ao divórcio (drama!). O cara ia rindo da situação e eu de nervoso. E eis que chego do outro lado e… Nada! Ele não estava lá!

O carinha então disse que provavelmente o marido tinha voltado pra posição inicial. Além disso, ele ria pra caramba dizendo que provavelmente o Tadeu estaria dizendo:  carrai, carrai!! Mais tarde descobri que tem um humorista francês que aprendeu uns palavrões bacanas em português e que ficou famoso por lá ensinando essas graças. Pois é…

Então, finalmente, depois de 5 minutos que pareceram 20 anos eu encontro o Tadeu. Lá, paradinho, com a mesma cara de cachorrinho caído da mudança. O carinha se despediu, mandou o famoso palavrão ensinado  pelo humorista e foi pros seus afazeres. Afinal, quem estava de férias éramos nós. Daí o Tadeu me explicou que enquanto ele me esperava, veio uma funcionária do metrô falando em francês e depois em inglês (porque percebeu que ele estava perdido) meio que empurrando e dizendo que lá não era pra pegar, que era pra ele ir pro outro lado. Ele não conseguiu dizer que estava me esperando, afinal, história longa demais pra explicar e ela estava meio que empurrando.Enfim, nos encontramos, tudo em paz. Alívio geral!

E aí, você também já se perdeu de alguém ou passou algum perrengue de viagem? Conta pra gente!!

 

 

 

 

Física de formação, maluca de coração, apaixonada por Deus e por viagens. Viajou uns 21 países (e alguns revisitou), além de conhecer vários encantos de Minas (sua terra natal) e do Brasil. Visitou mais lugares que imaginava e menos do que gostaria, mantendo assim a sede de viajar, porque o mundo é grande, a vida curta e a grana mais curta ainda!