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Um encontro com a imigração dos Estados Unidos: a primeira vez a gente não esquece

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Seattle, no “Obelisco Espacial”

Eu não conhecia os Estados Unidos. Na verdade, este país não estava na lista dos meus lugares mais desejados. Um pedido de Joel me levou para lá pela primeira vez. Fiz todos os procedimentos para tirar o visto: preenchi o formulário na internet, paguei a taxa (que por si só já é bastante seletiva), compareci ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) e à embaixada americana no Rio de Janeiro mediante a agendamento. Como tenho uma vida corrida, lembro-me que agendei para o feriado do Dia dos Professores. O momento de tirar foto foi bem rápido no CASV. Porém, para a entrevista, enfrentei uma fila quilométrica até ser atendida no guichê. Fui questionada sobre algumas coisas, mas tenho certeza que a resposta que foi a condição essencial para que eu adquirisse o visto foi dizer que eu tinha dois empregos públicos. Fui informada que meu visto fora concedido e meu passaporte ficou com eles.

Meu passaporte com o visto americano de não imigrante anexado foi entregue pelo correio depois de alguns dias. Assim que recebi, comuniquei ao Joel e ele ficou muito feliz. Logo quis saber quando haveria um feriado em que eu poderia visitá-lo. O mais próximo era 20 de novembro (Consciência Negra, apenas no estado do Rio de Janeiro). Ele comprou as passagens e embarquei na data. Um voo de 9 horas até Atlanta!

Depois dessa viagem cansativa, cheguei ao aeroporto de Atlanta e logo me deparei com minha velha inimiga: a fila quilométrica. Enquanto aguardava na fila comecei a conversar com outros brasileiros. Alguns deles ocuparam o tempo dizendo como nada funcionava no Brasil, enquanto esperavam em pé numa fila para passar pela imigração que, segundo alguns agentes, estava com o sistema fora do ar. Depois de cerca de duas horas na fila, eu já estava certa de que eu havia perdido meu voo.

Quando finalmente fui atendida por um agente da imigração, a experiência foi bem parecida com o que eu tinha imaginado. Fui atendida por um homem que questionou para onde eu iria, por quanto tempo… De repente ele começou a ser grosseiro, pois questionava o motivo que eu estaria indo a Seattle por dois dias. Eu estava esperando muitas horas; estava sem paciência. Foi neste momento, que eu disse uma frase que talvez aquele homem jamais tenha ouvido durante o trabalho em tom tão grosseiro quanto o dele: “Não tenho nenhum motivo para ficar no seu país! Eu tenho dois empregos públicos!”

Depois disso, o tom daquela figura ficou mais ameno… Ele perguntou se eu conhecia alguém na cidade. Eu disse que estava indo por causa do feriado. Disse que estava visitando amigos. Por fim, eu entrei oficialmente nos Estados Unidos. Logo procurei a companhia aérea para tentar solucionar o meu problema com o voo. Apesar do atraso não ter sido ocasionado pela empresa, recebi um pequeno bilhete com um pedido de desculpas e fui realocada em outros voos.

Isso aconteceu novamente depois em outras viagens, mas a experiência foi menos estressante. Toda vez que passo pelo setor de imigração, ocupo-me em dizer “Estou indo visitar meu marido que está trabalhando”. Isso tem facilitado as coisas. Passei a tomar voos com conexão em Houston e o atendimento foi infinitamente melhor que a minha primeira experiência.

Tem desejo de conhecer os Estados Unidos? Espero que minha experiência possa te ajudar. Continue nos acompanhando.

Brasileira e carioca. Residente no Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia, atua como professora, mais especificamente na área de Educação Especial. Casada, além disso vive com um cachorro com uma inteligência assustadora. Ama dançar. Mochileira assumida com paixão por botar o pé na estrada.