Parque Nacional de Yellowstone: uma aventura congelante

Existem aquelas experiências que não constam em nossa lista de desejos que podem ser as melhores. Todo ser humano deveria ser surpreendido desta maneira, pelo menos uma vez na vida. Esta história de viagem começa com uma visita a alguns parentes do meu marido que vivem em Boise no estado de Idaho nos Estados Unidos. Em uma pesquisa sobre os atrativos da região, encontrei o Parque Nacional de Yellowstone. E assim nossa trip começa.

Enfrentamos uma viagem de carro de aproximadamente 8 horas até a cidade de West Yellowstone no estado de Montana. Era inverno (janeiro de 2018) e a cidade estava coberta de neve… Cidade pequena e pacata, onde todos os restaurantes fechavam no máximo às 22h. Um verdadeiro refúgio para possíveis vítimas do estresse.

Na manhã seguinte à nossa chegada, fomos procurar maneiras de conhecer o parque. Logo descobrimos que deveríamos ter nos organizado melhor: durante o inverno, a entrada no parque necessariamente deve ser guiada e geralmente são reservadas com antecedência. No primeiro local que fomos, todas as autorizações de entrada em Yellowstone já tinham sido reservadas. Lá fomos informados que a empresa Two Top costumava ter o maior número de autorizações de entrada e que nossa maior chance de adquirir seria lá. Ufa!! Quando chegamos à sede da empresa eles ainda tinham autorizações disponíveis e nossos planos não foram frustrados.

Eu e Joel dividimos um snowmobile (moto de neve) e isto custou aproximadamente 300 dólares em janeiro de 2018. Havia uma taxa de seguro opcional também. Inicialmente, questionaram se algum de nós era habilitado, mas não pediram para ver o documento (Cuma?!?). Após preenchimento de alguns formulários, recebemos as roupas de proteção (macacão, botas, capacete e luvas), totalmente necessárias devido às baixas temperaturas. Finalmente prontos seguimos em comboio para o parque conduzidos por um guia (Paul).

 

Com emoção ou sem emoção?!? Ninguém perguntou isso, mas assim que entramos no parque, duas meninas que conduziam uma snowmobile bateram em cheio em uma árvore bem na nossa frente durante uma curva. Paramos para ajudá-las e o guia que estava à frente logo retornou para ajudar. Passado o susto, uma outra moto foi trazida para que elas prosseguissem a viagem. Depois de ver que estava tudo bem, senti-me em uma cena de Videocassetada do Domingão do Faustão. O veículo que elas dirigiam foi danificado. Sim, elas tiveram que pagar o prejuízo.

 

E assim seguindo, a natureza conduz a viagem de maneira majoritária. A maior parte das paradas vai depender do comportamento dos animais.

 A vida selvagem a todo o tempo se mostrava aos nossos olhares curiosos. Veja bem: não é algo como um safári. Não há grade de proteção ou coisa assim.

Os bisontes muitas vezes bloquearam a via e tivemos que atravessar no meio deles. Para prosseguir atravessando a manada, tivemos que seguir as instruções do guia de maneira fiel: manter a velocidade, andar bem próximo ao colega da frente e NÃO parar em hipótese alguma. Eu sentia meu coração acelerado; estava encantada diante daqueles animais selvagens magníficos.

Esse dia foi marcado por eventos incríveis em um visual de tirar o fôlego… Aquele lugar que te faz (re)pensar a relação homem-natureza; um lugar em que a vida segue seu curso e nós apenas “pedimos” passagem.

Este foi um dos posts mais difíceis de escrever… Foi muito difícil selecionar sobre o que escrever diante do tanto que vi. De qualquer forma, eu tinha apenas uma certeza ao começar minha escrita: um único texto não daria conta de descrever um dia de inverno em Yellowstone.
Convido à leitura do post Parque Nacional de Yellowstone II: onde quem comanda é a Mãe Natureza.

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