A coragem de seguir em frente
Quem me conhece, os meus amigos (que agora sei não serem poucos!), sabe que a vida não foi exatamente grata nos últimos meses para mim. Minha vida andou mudando e virou de cabeça para baixo. As coisas que eu tinha tão certas em mente de repente não eram mais certezas.
A vida tava virada, mas tinha uma viagem programada. E o dilema: ir ou não ir? Claro que nunca desisti da viagem! Se a vida não nos poupa sofrimentos, as viagens não nos poupam possibilidades de superá-los! Nada como ter a preocupação de “como faço pra ver o Grand Canyon e a Floresta Petrificada em um dia?!” ou “vale mais a pena ir nessa ou naquela atração da Disney?”. Dilemas “fúteis” mas que ocupam sua mente e te enchem de boas lembranças.
Viajar te enche de coragem pra encarar o novo, o “nunca”, o “não posso” e muitas vezes você se pega “amando” fazer aquilo que antes pensava “odiar” – simplesmente porque não tinha tentado antes. E quando você percebe, a lembrança das coisas ruins foi tomada por um transbordar de sensações únicas e indescritíveis. E se dá conta de como você cresceu e se transformou numa pessoa melhor.
A última viagem que fiz (comecei a contar no post de Vegas) foi talvez uma das mais marcantes de todas. Ficar 23 dias fora do país sendo responsável pela minha companheira de viagens em 10 deles e dirigir um carro automático (ok, é muito fácil, mas nunca tinha feito!) por mais de 1.700 km é uma coisa bem “uau” pra mim. Eu sou motorista de cidade, indo aqui e ali pras coisinhas. Ainda assim, me vi cheia de coragem para enfrentar o GPS e ir pelo deserto, pela cidade, pelas insanas 10 lanes das highways de Los Angeles. Las Vegas, Disney…eram coisas que sempre dizia “nunca”! E quando vi estava mega feliz e grata por ter sido capaz de estar nesses lugares e situações.
E na segunda etapa da viagem, ser recebida em Flagstaff, no Arizona, por uma das melhores amigas que tenho, ser vulnerável para receber o carinho e a ajuda, ser útil a ela quando precisou de alguém pra tomar conta da filhinha dela…
Muitas amigas me dizem agora que sou muito corajosa e muito “mulher” para encarar a vida como encaro. Eu não sabia que eu era assim. Hoje creio que sim, sou corajosa e muito mulher – mas simplesmente não fazia ideia disso antes. Mas tenho percebido que Deus talvez tenha colocado um pouco a mais dessas coisinhas em mim quando me fez! Minha coragem com certeza vem de cima, porque espero Dele a força pra seguir.
E no seguir da vida às vezes a gente acha que o sofrimento veio para acabar com a gente ou porque Deus se esqueceu. Eu realmente não sei qual é a de Deus com o lance do sofrimento…Mas parafraseando o papa Francisco: “somos como criancinhas pequenas que questionam o tempo todo. Na verdade não queremos respostas, queremos consolo. E não sabemos como pedir. Nos resta silenciar e deixar o Pai nos carregar no colo.” Eu posso hoje afirmar que esse “colo” é o melhor lugar que existe e que sofrer vale a pena para curti-lo.
A estrada da vida nem sempre é bem pavimentada. Às vezes é cheia de buracos, obstáculos e curvas perigosas. Mas não seguir será o maior erro. Se deixe levar no colo e apenas siga…