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Os 4 “Marcos das 3 Fronteiras” – a aventura

Já começo dizendo que talvez essa seja a aventura que você não quer fazer. Isso mesmo, já fiz para você, tá pronta aqui, não precisa mais, haha! Essa foi a história que o Amor pediu pra eu começar contando aqui, porque apesar de ter sido engraçado, foi uma aventura um pouco arriscada. Bom, talvez esse post te dê é vontade de fazer… sei lá, vem junto pra ver!

Famosa foto do Marco das três fronteiras do lado brasileiro
Famosa foto do Marco das três fronteiras do lado brasileiro

Depois de um ano sem pisar no Brasil, finalmente em fins de outubro de 2019 tive a chance de visitar meu país. O Amor veio depois, em novembro e já tínhamos uma missão: visitar Foz do Iguaçu. Ainda daqui dos EUA o Amor falou que seria maravilhoso se pudéssemos na mesma viagem conhecer outros países e eu mostrei que existia em Foz, do lado brasileiro, um marco onde você poderia estar em 3 países ao mesmo tempo: Brasil, Argentina e Paraguai.

réplica dos marcos das tres fronteiras
Réplica dos 3 marcos, no lado brasileiro

Eu não pesquisei muito sobre o lugar, apesar da Tábata já ter escrito um post, a Denise já ter ido a Foz e meu irmão ter ido também com a família (minha cunhada ainda deu dicas!). Achava que você poderia pisar em 3 lugares ao mesmo tempo. Obviamente, não é possível, a menos que você se molhe: Giselle, tem um rio na fronteira, de modos que sem mergulhar não rola! E assim, quando chegamos ao ponto Brasileiro, percebemos o que seria nossa aventura: um gringo determinado a pisar em 3 países numa viagem e um casal de pais, os meus, de carona 😉

Marco das Três fronteiras do lado brasileiro

Marco das três fronteiras, Brasil
Marco das três fronteiras, Brasil

Esse é, como sugere já o país, o mais “carnavalesco” dos lados. Visitamos no dia em que chegamos a Foz mesmo, no finzinho do dia. Segui o conselho do motorista do Uber que levou a gente ao Parque das Aves mais cedo nesse dia, de ir por volta do horário do por do sol, porque aproveitaríamos mais. Ele estava certo.

entrada do marco das tres fronteiras no brasil
Entrada do lado brasileiro, com meus pais

Estávamos hospedados bem pertinho do Parque das Cataratas. De lá até o Marco são uns 15 minutos de carro. Chegamos por volta das 17h30. Pagamos a entrada de R$20,00 por pessoa, sendo que meus pais por serem maiores de 60 pagam metade do valor. Também optamos pelo jantar  por lá mesmo – conveniência, beleza do lugar e cansaço, que foi R$48,00 para nós dois e R$44,00 para meus pais.

arte no marco das tres fronteiras
Alguns dos vários grafites profissionais, Lindos!

Passada a roleta da entrada, logo vemos o marco verde e amarelo, com um chafariz ao redor. Existem outras opções de comidas mais em conta, mas não nos arrependemos do restaurante. Muitas oportunidades de fotos bacanas, com muitos painéis profissionais (um tipo de “labirinto” que amamos!) , um painel com as três bandeiras, a vista para o ponto na água onde os países se encontram e a vista dos marcos na Argentina, à esquerda e do Paraguai à direita.

marco tres fronteiras lado paraguaio
Por do sol sobre o lado paraguaio, visto do Brasil

O por do sol não decepciona mesmo, nem a comida do restaurante. Um pouco cara para padrões brasileiros, mas muito bem preparada e servida com uma vista para o por do sol. Existe também um memorial sobre o desbravador que chegou às cataratas, primeiro depois dos índios, que dá nome ao memorial: Cabeza de Vaca. Existe um videozinho sobre sua vida, mais ou menos 15 minutos, traduzido para o português, inglês e espanhol.

Depois do por do sol, por volta de 19h30 e até às 20h30, existem shows culturais: orquestra, danças, mais música… não ficamos para os shows, já estávamos cansados – acordamos 4h30 da manhã naquele dia e ainda tinha muito para ver na viagem. Infelizmente não deu para curtir os shows. Fica pra próxima visita!

Marco das Três Fronteiras lado argentino

Marco das tres fronteiras, argentina
Hito Tres Fronteras

Depois das aventuras do primeiro dia de viagem, chegamos à conclusão de que alugar um carro seria a melhor e mais barata opção pra gente. Ficar rodando de Uber e táxi por lá, apesar de confortável, tava desgastando. Assim, no dia 6 mesmo, de noite, alugamos um carro no aeroporto e este foi nosso transporte nos demais dias.

aluguel de carro
Alugue um carro em sua viagem!

Segundo dia de viagem à tarde o Amor fala: seus pais nunca saíram do Brasil (já tínhamos conversado sobre isso antes), eu nunca fui à Argentina, você já foi. Vamos lá, “Babel fish” (assim ele me chama quando sirvo pra traduzir as coisas!), vamos pisar na Argentina de vez. E assim, pais no banco de trás, documentos de identidade em mãos, rumamos para Puerto Iguazu. Apenas a 13 km de onde nos hospedamos.

Chegando a Puerto Iguazu de carro

Quando alugamos o carro, foi explicado pra gente que para entrar na Argentina precisávamos fazer a “carta verde” um seguro obrigatório. Achamos que poderia ser difícil, mas é super simples – perto das cataratas, onde tem o passeio de helicóptero (em frente ao Parque das Aves) eles fazem e também fazem no Artesanato Chocolate Caseiro Três Fronteiras, que chamaremos de “Choc-mahal” em homenagem aos preços absurdos de seus objetos à venda… o lugar é interessante de visitar e fica cheio de turistas de manhã igual ao Metropolitan em dia de chuva. As peças à venda são caras igual às exibidas no museu de NYC!

Chegando na argentina, meu pai, sempre cheio de piadas – e na hora errada – começa a cantar em espanhol errado e desafinado no carro, pertinho da fronteira. Sangue gela, “pai, pelamor!!”.  Para entrar em Puerto Iguazu valem como identidade passaporte, carteira de identidade nova mas também CNH brasileira (era a identidade mais nova dos meus pais e usamos sem problema).

setas de direção em puerto iguazu
No Marco das Três Fronteiras da Argentina…

O que ouvimos era que jantar por lá seria bacana, mas eram apenas 4 da tarde e ninguém estava com fome. Ouvimos da tal feirinha que tem por lá, mas quando tentamos ir, o lugar era um tanto inóspito – também, só abriria às 18h00. E quem acha que o gringo fica intimidado, se engana. Daí que ele veio com a ideia (foi aí nessa hora exata que brotou na mente gringa dele) – vamos ao marco do lado argentino, fica só a uns 4 km daqui. Meus pais tavam super de boa com qualquer ideia e…. fomos.

Lado argentino: o Hito das Tres Fronteras
Lado argentino: o Hito das Tres Fronteras

O marco do lado argentino não tem nada de ingresso, não tem show, não tem glamour… tá só o marco lá. Confesso que também no lado brasileiro sabem explorar. O lado argentino tem algumas oportunidades de foto, uma feirinha de artesanato… tem até as bandeiras dos países, tímidas, escondidinhas lá atrás. Ficamos por lá rapidinho, tiramos as fotos, curtimos o fato de estarmos pisando na Argentina (não era primeira vez pra mim, mas primeira vez naquele ponto). Dá pra ver os outros dois marcos, claro – Brasil e Paraguai e o ponto na água também.

Argentina, Puerto iguazu, marco das tres fronteiras
Hito das Tres Fronteras
Bandeira argentina no hito
Painel com as bandeiras, bem menor do lado argentino

E por falar em água, nós não nos demoramos mais também por lá porque descobrimos o próximo tópico!!

Marco das três fronteiras pela água

marco das tres fronteiras na agua
Aí no mapa está marcado o lado brasileiro, mas na água você vê o real marco das três fronteiras. Nosso passeio foi aí!
marco das tres fronteiras no rio parana
Baladeiro e eu no real marco das três fronteiras

Pois é… dá pra fazer o passeio pelo Brasil, mas também dá pra fazer o tour pela Argentina. Eu não tenho certeza se do lado brasileiro existe o mesmo passeio, mas do que andei pesquisando, vi versões mais glamourosas deste que fizemos. Compramos o passeio de uma hora, num barco relativamente pequeno, para umas 60 pessoas. O custo foi de R$35,00 por pessoa e o passeio sai pertinho do marco argentino – indo ao marco você passa por ele. Existia uma opção mais cara, de R$80,00 , equivalente ao que vi do lado brasileiro – que era o mesmo tipo de barco, mas custava R$120,00. Do pouco que vi, parece ser mais barato sim sair pela Argentina. E eles aceitam seus reais numa boa!

barco em puerto iguazu para passeio ao marco das tres fronteiras
O nosso barco durante o passeio
barco em passeio em puerto igauzu
Meus pais ao fundo, o Amor e eu

E lá fomos para o que seria o primeiro passeio de barco da minha mãe, o deleite do meu pai – passear de barco e uma aventura para mim e para o Amor. Foi muito gostoso de ver minha mãe no começo com medo e logo depois curtindo tudo. Meu pai tirando fotos sem parar. O guia fala em espanhol, mas se você fizer perguntas ele fala em português com você. Fomos pelo rio Iguaçu até o rio Paraná, onde é o marco nas águas de fato. Depois fomos de volta pelo Iguaçu até a ponte Tancredo neves, que liga Brasil e Argentina (e que muda de cor pelo trajeto, ficando verde e amarela do lado do Brasil).

Rio iguaçu, barco
Perto da ponte Tancredo Neves, no rio Iguaçu
As cores da ponte: verde e amarelo e azul e branco, dependendo se é Brasil ou Argentina!

Depois de nossa pequena excursão pela Argentina, a feirinha não pareceu atraente e fomos de volta para o Brasil.

Marco das Três Fronteiras lado paraguaio

Primeira visão do marco das três fronteiras do lado paraguaio
Primeira visão do marco das três fronteiras do lado paraguaio

E quem fica repetindo que é brasileiro e que não desiste nunca, é porque nunca viajou com meu marido… o bichinho não desiste e enfiou na cabeça que tinha que ir ao Paraguai. E ao Paraguai fomos. Taxi, Uber, motorista? Neeeecaaaaaa… foi dirigindo, muque. E a aventura fica mais aventura quando você passa o que a gente passou. E começa com o enxame de vespas (assim definimos) que são os caras que já praticamente se jogam em cima do seu carro falando que pra sobreviver ao Paraguai você tem que parar do lado brasileiro  e seguir com eles. Calma, peraí…

lado paraguaio do marco das tres fronteiras
Baladeiro esteve no Paraguai

Não é de todo mentira, porque gente, é quase impossível parar o carro do lado de lá. Mas esse povo também duvida que um carro com esse bando de doidos que éramos nós, quisesse ir ao Paraguai por motivo outro que não comprar. E a gente não queria comprar. Amor queria pisar no Paraguai, isso… e assim, desviando da loucura dos enxames, tendo que ensinar pro meu marido que aquele sorriso fofo que ele dá quando quer dizer não, é um sim pra qualquer latino (gente, sorrisinho mais fofo sacudindo a mão, povo acha que quer dar dinheiro). Desisti de tentar ensinar ao gringo que o dedinho do “não” é a única coisa que funciona. Ele fala que é falta de educação e assim quase que uma das vespas consegue parar a gente, afff…

Nós 4 destemidos no carro – Ponte da Amizade
Ciudad del este
Distopia

Aí você acha que acaba quando chega na ponte, porque não tem mais como ter assédio, afinal quem vai perguntar “tá indo pro Paraguai?! Quando obviamente já estamos na ponte. A ponte não é nada mais nada menos que um inferno de carros, motos, moto-táxis e gente andando e berrando. Controle de fronteira é pros fracos, o policial olha na tua fuça e se for branca de gringo, passa. Mais ou menos isso. Param uns carros aleatoriamente no caminho de volta, mas deve ter um caboclo que baixa nos caras pra saber se tem contrabando ou não, porque naquela zona sinceramente não sei como pegam alguém. Mas sei que pegam, então fica o dilema…

Entramos em Ciudad del Este e passadas as lojas, parece mesmo uma cidade como outra do interior do Brasil, até calminha. E lá fomos nós pra a missão gringo no Paraguai versão sem muamba – Achar o Marco. E lá fomos nós. Se o marco do lado do Brasil parece o carnaval, o da Argentina não tem glamour, o do Paraguai fica como né? Sem classificação. Mas… o que acontece quando chega lá?

dirigindo em ciudad del este
Amor dirigindo no Paraguai

Pois bem, chegamos por umas ruazinhas que parecem o que deve ter sido Alto Caparaó (pra quem já foi ao Pico da Bandeira) na década de 50. Acho que vai mudar para loucura insana quando a nova ponte ficar pronta (está em construção). Só assim pra definir. Mas não tem nada de dar medo ou assim parece. Se tem crime por lá a gente nem sabe, porque tava tudo de boa, nada de gente mal encarada. E chegamos ao marco. Na porta, três vigias sentados em cadeiras de plástico.

Prova de que estivemos lá

Arrisco no portunhol mesmo se podemos visitar. O mais gordinho vem e diz que sim, que é de graça, mas que precisa mostrar os documentos. Sacamos nossos passaportes e meus pais as CNH, que o moço pegou. Achei que ia devolver de cara… ele vem, puxa o cone eu estendo a mão e ele diz: documentos na volta… Oi? Agora já era tarde, lá fomos nós descendo com o carro os cerca de 500 metros até o marco, meu pai dizendo que daqui a uns dois anos a gente recebe aviso de falência de uma empresa nossa no Paraguai, kkkk. Rimos todos, de nervoso… corremos, descemos a escadinha pro marco, foto, foto, selfie, foto… corre escada acima, meu pai querendo mais foto e a gente como? kkkkkk

lado paraguaio do marco das tres fronteiras
Nós do lado paraguaio

Catamos o carro, eu apertada pra fazer xixi e acabei desistindo, claro, meu passaporte, pô! Catamos os documentos rapidinhos e vazamos. Ufa! É por isso que acho que talvez você não queira fazer, ou pelo menos, se fizer, não deixe seu passaporte como deixamos, deixe um documento menos importante. Valeu a lição.

lado paraguaio do marco das tres fronteiras
Algumas fotos e corremos de volta. O lado paraguaio é bem bonito, na verdade…

A volta parecia que seria tranquila, mas… amigo… sair do Paraguai é pior que entrar! Ficamos mais de hora para ter acesso à ponte. Demorava tanto pra mover que eu saí do carro, fui na barraca do outro lado da rua, comprei uma bolsa pra minha sogra, entrei no carro e a gente não saiu do lugar!

Bolsa do paraguai!! – a vitória sobre o trânsito lento, haha

Enfim, essa foi nossa aventura pelos 4 marcos das três fronteiras. Não podemos dizer que não curtimos o fato do Brasil fazer fronteira com mais dois países ao mesmo tempo – definitivamente curtimos até a última gota. Para falar a verdade, por mais que minha mãe diga que não gostou do Paraguai foi o momento que vi mais meus pais rirem de tudo na viagem. Isso me deixou supercontente e vou lembrar sempre com carinho desses dias…


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Física de formação, maluca de coração, apaixonada por Deus e por viagens. Viajou uns 21 países (e alguns revisitou), além de conhecer vários encantos de Minas (sua terra natal) e do Brasil. Visitou mais lugares que imaginava e menos do que gostaria, mantendo assim a sede de viajar, porque o mundo é grande, a vida curta e a grana mais curta ainda!