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Rio de Janeiro em tempos de Coronavírus

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Cerca de algumas semanas atrás, foram registrados os primeiros casos de Coronavírus no Rio de Janeiro. Atualmente, já com casos de transmissão comunitária (pessoas contaminadas sem histórico de viagem), alguns procedimentos de segurança foram adotados e certamente a rotina não é mais a mesma para todos. Neste texto, falarei como tem sido a rotina diante dos desafios dos novos tempos.

Não pretendo neste texto, fornecer informações de cunho científico ou jornalístico, mas informar sobre as mudanças no cotidiano do estado do Rio de Janeiro do meu ponto de vista como moradora.

Escolas e faculdades

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Um dia na escola em que trabalho em Mesquita (antes do Coronavírus)

A partir de 16 de março de 2020, por decreto, as aulas foram suspensas nas instituições de ensino com intuito de evitar aglomerações.  Mais especificamente, o recesso escolar que ocorre tradicionalmente em julho, foi antecipado em virtude da situação. Escolas e faculdades são espaços que favoreceriam a propagação do Coronavírus.

A suspensão das aulas foi prorrogada por algumas vezes desde o início da situação. Atualmente a previsão é de que as aulas permaneçam suspensas até 30 de abril de 2020. Municípios como Mesquita e Nova Iguaçu já começam a elaborar estratégias para disponibilizar atividades para os alunos realizarem em suas casas.

As ruas

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Uma tarde no bairro de Botafogo em dias de isolamento recomendado

De uma maneira geral, a movimentação nas ruas não dá indícios todo tempo de que enfrentamos uma pandemia. Há alguns casos raros de pessoas que usam máscaras na tentativa de se proteger. Vi tais situações no transporte coletivo e no caso de prestadores de serviços como entregadores.

Precisei ir à cidade de Mesquita no dia 16 de março de 2020. Para chegar lá, precisei utilizar trem e metrô. Havia algumas pessoas, não muitas, usando máscaras. Na Central do Brasil, havia um vendedor ambulante que as vendia.

As pessoas ainda vão às ruas para praticar exercícios ou levar seus cães para passear, porém já observo que os tradicionais dois beijinhos dos cariocas são evitados, visto que é de conhecimento que o contato físico é uma das principais formas de contágio do Coronavírus.

No bairro de Botafogo, onde moro, alguns bares e restaurantes estavam funcionando normalmente, mas já se percebia um esvaziamento. No dia 20 de março de 2020, saí para comprar alguns itens necessários e percebi que alguns estabelecimentos como salões de beleza, academias e até alguns restaurantes encerraram temporariamente as atividades. Há avisos na porta de alguns deles esclarecendo sobre as medidas tomadas.

A situação mudou ainda mais quando em 24 de março de 2020, em atendimento ao disposto em um decreto da Prefeitura do Rio, serviços considerados não essenciais fecharam as portas. Farmácias, supermercados e padarias, por exemplo, continuam funcionando. Os bares e restaurantes continuaram funcionando, mas devem apenas trabalhar com entregas. Shoppings suspenderam as atividades temporariamente depois de um decreto do governo do Estado do Rio de Janeiro. Apenas as praças de alimentação na função “delivery” estão funcionando.

Pet shops e clínicas veterinárias também podem funcionar. Tive que levar meu cão nesta semana para uma loja em Botafogo e não tive problemas.

Nas cidades de Mesquita e Nova iguaçu, por exemplo, as mesmas restrições foram impostas ao comércio local.

No dia 09 de abril, precisei sair novamente. Bancos, supermercados, entre outros estabelecimentos comerciais estavam limitando a quantidade de pessoas que entravam nos respectivos espaços. Havia filas e funcionários foram designados para manter o controle da entrada.

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Fila na entrada de um supermercado no bairro de Botafogo

Saiba mais sobre o decreto que determina o fechamento do comércio no Rio de Janeiro.

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Aviso na porta do restaurante Lupulino em Botafogo

Funcionários da Defesa Civil têm passado pelas ruas com carros de som, solicitando que pessoas voltem para suas casas. No dia 21 de março de 2020, fiz este vídeo em que um carro oficial estacionou em frente a um bar emitindo avisos sonoros, numa tentativa de conscientização:

Vale mencionar que a Polícia Militar tem feito triagens  nas estradas e rodovias para que apenas pessoas com extrema necessidade como, por exemplo, prestadores de serviços essenciais, possam deixar suas cidades. O mesmo tem acontecido em estações de trem.

Uso de máscaras

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Adaptada à nova rotina

Na cidade do Rio de Janeiro a partir de 18 de abril, passou a vigorar um decreto que tornava obrigatório o uso de máscaras em ambientes públicos. No dia 20 de abril, observei que a maioria das pessoas já estava utilizando máscaras nas ruas do bairro de Botafogo. Poucos não estavam utilizando o acessório.

Praias

Como era de se esperar, com a antecipação do recesso, muitos correram para as praias. O Governador do Estado Wilson Witzel fez algumas declarações desaconselhando que as pessoas assim fizessem.

Durante os primeiros dias da segunda quinzena de março, avisos sonoros do Poder Público solicitando que pessoas deixassem as praias ocorreram.

Igrejas e templos religiosos

Muitas igrejas suspenderam suas atividades presenciais com o intuito de evitar aglomerações. A Igreja Batista do Méier, por exemplo, optou pela transmissão de cultos ao vivo pelo Youtube.

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Igreja Batista do Méier em um dia comum (antes do Coronavírus)

Suprimentos

Estou evitando ir a estabelecimentos comerciais. Estive em alguns no dia 16 de março de 2020 para comprar alguns itens que eu necessitava. Observei que alguns produtos no supermercado Mundial em Botafogo estavam escassos. Nada alarmante, mas observei que produtos que são facilmente encontrados, não estavam disponíveis na ocasião.

Em 20 de março de 2020, retornei ao supermercado no fim da manhã. Encontrei prateleiras com produtos suficientes para todos. Não estava superlotado e as filas estavam sendo reduzidas em uma velocidade “normal”. Percebi alguns funcionários higienizando corrimões com frequência.

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Supermercado Mundial em Botafogo em tempos de coronavírus

Alguns estabelecimentos já tem incentivado seus clientes a pedirem entregas domiciliares.

No que diz respeito ao tão recomendado para a prevenção do Coronavírus, o álcool em gel, procurei em algumas farmácias no dia 16 de março, mas não havia mais do produto para a venda. No dia 20 de março, havia alguns vendedores ambulantes na rua vendendo álcool em gel e máscaras.

Fui a uma farmácia no dia 17 de abril e havia álcool em gel disponível para vendas. Alguns vendedores ambulantes vendiam máscaras pelas ruas.

Os casos de Coronavírus

Se antes os casos suspeitos ou confirmados de Coronavírus eram algo distantes de nossa realidade, cada vez mais se aproximam. Já começo a ouvir sobre casos suspeitos de alguém que conheço, como a minha dentista que soube estar em isolamento devido à suspeita. Bem como, uma pessoa querida da aluna de uma amiga que faleceu em Miguel Pereira com suspeitas da doença.

Enfim, para que a triste realidade não se agrave, é importante que todos façam sua parte. Se você tem o privilégio de poder ficar em casa, siga as orientações.  Evite aglomerações, lave as mãos, evite contato físico… Mais vale seguir uma orientação hoje do que chorar por arrependimentos amanhã.

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Brasileira e carioca. Residente no Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia, atua como professora, mais especificamente na área de Educação Especial. Casada, além disso vive com um cachorro com uma inteligência assustadora. Ama dançar. Mochileira assumida com paixão por botar o pé na estrada.