Conheça o Museu Casa Guimarães Rosa

O Museu Casa Guimarães Rosa fica na cidade de Cordisburgo em Minas Gerais. Inaugurado em 1974, o museu conta com um grande acervo literário, onde constam as primeiras edições de várias obras do escritor, além de vestuários, utensílios, mobiliários que contam como era a vida de João Guimarães Rosa na sua antiga casa. Além de mostrar o museu, vou contar um pouco sobre a vida do conhecido Guimarães Rosa, o que mostrará que, além de um grande escritor, ele foi um grande homem.

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Fui visitar o museu em fevereiro de 2020 em um dia de semana. Cordisburgo é uma cidade calma, típica do interior,  com um clima muito acolhedor. O museu é bem sinalizado, não tive dificuldades para encontrá-lo. Ele fica em frente a antiga estação  de trem da cidade. Fui recepcionada por um guia, que se ofereceu para nos acompanhar durante a visita e contar um pouco da história do escritor. Confesso que o passeio guiado é bem mais rico e ainda podemos tirar dúvidas.

O museu procura mostrar para os visitantes como era o cotidiano do escritor na sua primeira casa, suas obras e fatos importantes de sua vida. Ele nasceu em 1908 em Cordisburgo e ficou na cidade até completar seus estudos primários. Depois ele foi para Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, onde ficou até completar sua faculdade de Medicina em 1930.

 

Esta foto nos mostra como é a estrutura da antiga casa do escritor. Através dela podemos ver como as casas da época eram construídas. Lembrando que essa casa, provavelmente foi construída antes do nascimento do escritor, então deve ter no mínimo 112 anos.

João Guimarães Rosa possui contos que datam da época em que se formou na faculdade. Eles foram publicados pela  revista O Cruzeiro. Podemos ver, que o mesmo sempre teve uma paixão pela escrita, apesar de escolher a medicina como  profissão, que ele exerceu por alguns anos, até se tornar diplomata. Isso mesmo: João era um homem muito culto, falava vários idiomas e passou em um concurso no Rio de Janeiro para se tornar diplomata.

Passou por muitos momentos difíceis nessa carreira. Foi preso em 1942 na Alemanha, onde trabalhava, quando o Brasil rompeu a aliança com o país na Segunda Guerra mundial. Depois de solto foi para Bogotá como secretário da Embaixada Brasileira. Em 1946 foi morar em  Paris, onde se dedicou mais à carreira de escritor. As grandes obras do autor foram escritas após essa época.

 

 

Essa foto mostra como eram escritos e corrigidos os textos do autor. Como não existia a opção de deletar e reescrever na máquina de escrever, os textos eram circulados, eram feitas anotações e correções à mão, para depois serem reescritos com as correções. Acredito que ser escritor naquela época era bem mais trabalhoso do que atualmente.

Guimarães Rosa escreveu um dos livros mais importantes da literatura brasileira, o romance  Grandes Sertões Veredas  em 1956. O museu possui uma das primeiras edições dessa obra.

 

Este era o quarto da D. Chiquinha, da qual o escritor chamava de Vovó Izidra. Em um dos momentos em que o autor citou a  avó, ele disse:

Vovó Izidra pegava a almofada, ia fazer crivo, rezava e resmungava, no quarto dela, que era pior ,sempre escuro, lá tinha tanta coisa, que a gente pensava; Vovó Izidra quase vez nenhuma abria a janela, ela enxergava no escuro.

 

Essa é uma réplica da cozinha da casa do escritor. Fogão de lenha, panela de ferro, colher de pau, tudo muito típico da cidade do interior. A cozinha é um dos cômodos mais importante da casa de um mineiro. Na maioria das casas, os melhores papos acontecem na cozinha.

 

Esse foi o nosso guia durante a visita ao museu. Eles possuem uma parceria com o Grupo de  Contadores de Estórias Miguilim. São adolescentes que nos guiam durante a visita e no final nos presenteiam com um conto do escritor homenageado pelo museu. Achei essa parceria maravilhosa, pois ela torna nossa visita muito mais rica. Os guias tiram nossas dúvidas, nos acompanham em cada cômodo da casa e contam várias curiosidades.

 

O Sr. Florduardo, pai do escritor, tinha uma vendinha que nós mineiros conhecemos como  um lugar que vende de tudo um pouco. Ele vendia muitos adereços de montaria para os viajantes que passavam pela cidade. Imagino as histórias que contavam e tudo que o então menino, João Guimarães Rosa escutava dos visitantes. Dizem que daí o autor começou a se interessar pelos contos. Será?!?

 

Atrás do museu, podemos desfrutar de um lindo jardim, onde o contador de estória mirim nos traz um conto do escritor Guimarães Rosa. Adorei a visita, achei a casa muito linda e a estrutura muito boa. A entrada é gratuita, mas eles sugerem uma doação de R$ 3,00 para manter o local. Superindico esse passeio, principalmente para quem mora na região ou estiver de passagem. Lembrando que a cidade de Cordisburgo possui muitas outras atrações.

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Este post faz parte de uma blogagem coletiva de maio de 2020, cujo tema foi “Museum Week”. Confira outros posts do tema:

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