Perrengue de Viagem: Quando nem tudo sai como Planejado
Nós já demos muitas dicas de como planejar sua viagem e já explicamos a importância de se contratar um seguro viagem. Tudo isso para tentar amenizar os possíveis imprevistos que podem acontecer. Infelizmente, nem sempre é possível evitá-los. Vou compartilhar com vocês o meu relato sobre um perrengue de viagem que vivi em outubro de 2024. Ele é sobre um dia em que quase tudo deu errado.
Eu e Denise também redatora desse blog, planejamos nossa primeira viagem internacional juntas. Estávamos muito ansiosas e felizes por poder fazer essa viagem. Ela foi custeada com os recursos adquiridos através do blog, estávamos muito orgulhosas disso. O destino escolhido foi Buenos Aires e nosso voo iria sair do Rio de Janeiro, cidade da Denise. Eu moro em Belo Horizonte, então fiz o meu planejamento para estar no Rio no dia do embarque. Fiz a minha programação para chegar no aeroporto com quatro horas de antecedência. Peguei um ônibus de BH para o Rio na noite anterior ao dia de embarque e foi aí que os problemas começaram.
Tudo começou quando no dia da viagem a Buser me mandou uma mensagem informando que o ônibus foi trocado e o meu assento seria um semi-leito e não leito como havia comprado. Tenho uma inflamação crônica na lombar, então atualmente procuro viajar de uma forma mais confortável, a passagem é mais cara, mas no meu caso vale a pena. Fiquei indignada, afinal, eu não tinha tempo hábil para procurar outro transporte. Aceitei que teria que viajar em uma poltrona menos confortável e preparei o psicológico.
O ônibus saiu no horário marcado. Eu estava com minha prima que também resolver fazer a viagem conosco. Com menos de duas horas de viagem, nosso ônibus parou e o motorista disse que o veículo tinha estragado. Eles já tinham entrado em contato com a Buser que enviaria outro veículo. Esperamos em torno de uma hora. Veio outro ônibus que também seguia para o Rio de Janeiro e seguimos viagem. Até então eu estava tranquila, afinal tinha planejado chegar com quatro horas de antecedência, esse imprevisto não iria nos prejudicar. Porém, para minha surpresa, cerca de três horas depois, o segundo ônibus para. O motorista avisa que o ônibus estragou. Eu juro que meu coração falhou algumas batidas. Era inacreditável que o ônibus que foi nos socorrer também tinha estragado. Estávamos em um lugar totalmente ermo. O motorista falou que a empresa iria enviar outro veículo e ficamos esperando por cerca de duas horas. Nessa brincadeira, já tínhamos perdido três horas das quatro que tínhamos de antecedência. Para a nossa surpresa não veio outro ônibus e sim uma van que tinha somente 19 lugares, mas o nosso ônibus estava lotado.
Implorei para que eu e minha prima fossemos na van. Conseguimos, mas a partir daí começou o nosso desespero. A van parou para que pudéssemos nos alimentar e usar o banheiro, nisso perdemos mais 30 minutos. Sei que a parada era muito necessária, mas eu já comecei a entrar em pânico.
Fui informando a Denise sobre a nossa localização e quando estávamos descendo a Serra de Petrópolis, nosso embarque já havia começado. As pessoas que estavam van ficaram sabendo da nossa situação e nos aconselharam a descer antes do ponto de desembarque, pois ficaríamos mais perto do aeroporto Galeão. Descemos da van, chamamos um carro de aplicativo e nesse momento a Denise já estava dentro do avião. O motorista do aplicativo ficou nos incentivando falando que ia dar tempo, mas confesso que já não acreditava, mas falei que íamos tentar até o último minuto. Chegamos com dez minutos no aeroporto e começamos a correr. Avisei a Denise que tínhamos chegado, ela conversou com a aeromoça e falou pra gente correr.
Passamos pela imigração em tempo recorde, avisamos que estávamos atrasadas e eles foram gentis. Corremos desesperadamente pelos corredores, tinha um funcionário do aeroporto em um carrinho que buzinou nos oferendo carona, quase chorei de gratidão. Denise avisou que estavam nos esperando e meu coração se encheu de esperança novamente. Encontramos com uma funcionária da empresa aérea que perguntou se nós éramos a Tábata e Jéssica (já estávamos famosas), confirmamos. Ela sentou no carrinho, pediu a passagem e os documentos, foi mandando tudo via rádio para as meninas no portão de embarque. Descemos do carrinho e já entramos direto para embarcar. As funcionárias pediram para correr e por mais inacreditável que pareça entramos no avião. No avião a maioria das pessoas já sabiam da nossa história, entramos e todos olharam para gente. Confesso que fique com muita vergonha, mas isso era o que menos importava: tínhamos embarcado. Estávamos suadas, com fome e mortas de cansaço, mas conseguimos.
Chegamos em Buenos Aires dentro do horário previsto e essa foi uma viagem maravilhosa. Ao longo desse post, coloquei algumas fotos dessa viagem que ficará marcada por esse enorme perrengue de viagem.
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