Para nunca esquecer: tour Pequena África no Rio de Janeiro
Rio, cidade que carrega vestígios de nossa história em muitas esquinas. Muitas delas por muito tempo não foram contadas por muito tempo. Para dar visibilidade a estas narrativas, surgiu o tour Pequena África. Tive a oportunidade de participar deste tour oferecido pela agência Sou mais Carioca em abril de 2019. Nossa guia foi Gabriela Palma.
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Este tour costuma ter início em frente ao Museu de Arte do Rio (MAR) e os visitantes são conduzidos em uma caminhada pela Praça Mauá, Gamboa e Saúde. Todas as observações dos guias durante o passeio enfatizam a influência da cultura africana em nossa constituição como nação.
Por que Pequena África? Esta expressão passou a ser utilizada para denominar a região, porque historicamente a região foi marcada pela presença africana. Nos tempos do Brasil Colônia, alguns portugueses costumavam dizer que se sentiam na África, pois havia muitos negros na região.
Ouvimos muitas histórias tristes… Histórias sobre povos que foram retirados de suas terras para serem escravizados. Contudo, ouvimos muitas histórias de resistência; de povos que elaboraram estratégias para resistir ao longo dos séculos.
Não vou contar tudo o que ouvi, pois você precisa viver este tour. Citarei alguns pontos que fazem parte da experiência. Uma das primeiras paradas é no Morro da Conceição. A cidade em tempos de Brasil Colônia tinha uma configuração geográfica muito diferente e este morro era um dos limites da cidade. Lá viviam pessoas com boas condições financeiras.
No bairro da Saúde, ouvimos muito sobre momentos diferentes da história dos negros. Lá há uma estátua de Mercedes Baptista (1921-2014), a primeira bailarina negra do Teatro Municipal. Ela fundou a primeira companhia de dança afro e foi responsável pela introdução de alegorias coreografadas no carnaval carioca.
A Pedra do Sal que hoje em dia é um reduto do samba carioca, também recebe destaque durante o passeio. Atualmente, há vários grafites com referências diretas a ícones da resistência negra na cultura brasileira. Durante o Brasil Colônia, era comum ir ao local para trocar mercadorias por sal, daí a justificativa do nome. Da prática desta troca, comum há séculos atrás, inclusive em outros lugares do mundo, surgiu a palavra salário.
Uma das paradas mais importantes do tour é no sítio Arqueológico Cais do Valongo. Foi local de desembarque e comércio de negros escravizados. Em 2017, o local recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO por ser o único vestígio material da chegada de povos africanos nas Américas.
O fim do tour é em frente ao mural Etnias no Porto Maravilha. Nesta obra, o artista Eduardo Kobra utilizou a imagem de um povo para representar cada continente.
O tour Pequena África custa 20 reais em caso de pagamento na hora ou 15 reais em casos de reservas antecipadas. Sua duração é de aproximadamente 2h30min. A agenda está disponível no site Sou mais Carioca. Este tour também está disponível em inglês!
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Este passeio foi uma cortesia oferecida por Sou mais Carioca. Cabe mencionar que todo conteúdo expressa nossas reais opiniões.
Confira também o post do blog Olívia Garimpando por Aí sobre a experiência: Conheça Pequena África: tour guiado no Rio de Janeiro!
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