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As mochileiras e o machismo nosso de cada dia

Sempre me pergunto se um dia a sociedade evoluirá suficientemente para que uma mulher possa viajar sozinha ou entre amigas sem preocupações relacionadas a gênero. Uma mulher que viaja sozinha muitas vezes é vista como uma coitada, ou uma mulher extremamente corajosa ou ainda uma louca que deveria saber o “seu lugar”. No cotidiano, mulheres todos os dias exercem alguma atividade para evitar ser uma vítima. Logo, muitas mulheres, creio eu, já deixaram de ir a algum lugar por não terem companhia.

Quando não se privam de viajar, com certeza muitas mulheres pensam nas atividades durante a viagem, focando, pelo menos por um momento, em sua condição de mulher. Eu já fiz isso muitas vezes. Continuo considerando que viajar sozinha é uma ótima experiência e continuarei fazendo isso. Porém, por muitas vezes, pensando em minha segurança, mudei minhas atividades. Por algumas vezes, por passar pelo setor de imigração de alguns países, senti-me discriminada, afinal de contas, “Por que uma mulher viajaria sozinha se não fosse para se prostituir?”.

Uma vez, viajei sozinha para “fugir” da movimentação da minha cidade durante o período de Carnaval. Comprei as passagens e escolhi um hostel. No momento do check in, percebi como o proprietário me observava, mas ignorei. Ele não foi invasivo, foi apenas gentil. Depois de me instalar fui andar pela cidade. À noite quando voltei, percebi que muitos bebiam e consumiam maconha. Cumprimentei e me dirigi ao quarto, mas antes de chegar lá, fui abordada por aquele “gentil proprietário” e pensei que ele teria alguma informação relevante. Desta vez ele estava sob efeito de alguma substância (sabe-se lá qual) e foi muito invasivo. Fui para o quarto e pensei em como eu poderia administrar aquela situação. Passei a sair todos os dias todas as manhãs bem cedo e voltar muito tarde. Assim, eu evitava situações indesejadas.

Em outra situação com uma amiga, estávamos em um hostel e um dos rapazes que a princípio estava sendo simpático, prontamente se posicionou embaixo da escada para tentar ver o que havia embaixo do vestido dela. Depois disso, evitamos conversar.

E assim nós fazemos todos os dias. Repensamos nossas atitudes, porque o mundo não está pronto para nos tratar como deveríamos. Eu vou continuar viajando sozinha, pois sei que minha iniciativa e minha problematização pode contribuir para a mudança de como a mulher é vista. Não é a mulher que tem que mudar, mas a forma que lidam com ela, com o machismo nosso de cada dia, que deve ser questionada.

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Brasileira e carioca. Residente no Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia, atua como professora, mais especificamente na área de Educação Especial. Casada, além disso vive com um cachorro com uma inteligência assustadora. Ama dançar. Mochileira assumida com paixão por botar o pé na estrada.