Skip to content

Entre contos e devaneios: faz-de-conta para mochileiras

Fantasiar… O que seria de nossa infância sem as histórias de faz-de-conta?!? A proposta deste texto é uma desconstrução dos contos que marcaram gerações. E se estas princesas tivessem um ímpeto viajante? Como seria?

1. A PEQUENA SEREIA

Ilustração por Giselle Fontes

 Ela viveu toda sua vida no oceano. Conhecia a beleza dos cardumes e dos corais. A sereia desejava muito estar com o príncipe que um dia viu em um dos seus passeios nas proximidades do porto. Contudo, para isso ela teria que fazer uma escolha. Ela teria que barganhar: entregaria sua voz em troca de pernas. Ele desejava alguém que pudesse acompanhá-lo em eventos sociais.

Era um preço muito alto que ela não estava disposta a pagar. Se pernas eram tão importantes, ele deveria procurar uma humana. Com o tempo, muito do que ela julgava essencial, passou a não ser tão importante. Ela estabeleceu novas metas; agora ela tinha novos sonhos. Logo ela percebeu que as características de peixe existiam, sobretudo, na sua imaginação. Ela percebeu que para ter pernas ou asas, não precisaria de nenhum feitiço de qualquer bruxa ou fada madrinha. Ela não acreditava mais fielmente naquelas histórias que ouvia enquanto era menina, mas acreditava muito em felicidade.

2. CINDERELA

Ilustração por Giselle Fontes

Ela cresceu em um lugar repleto de borralhos. Por muito tempo, ela viveu um sua realidade, sem refletir muito sobre suas privações. Na cidade pequena em que vivia, espalhou-se a notícia de que haveria um baile. Enquanto muitos ocupavam seu tempo com os preparativos para a festividade, ela ainda se decidia se realmente gostaria de ir.

E ela decidiu ir, pois sua alma era, antes de tudo, curiosa. No baile, ela dançou o quanto quis e apesar da insistência de um certo homem, foi embora e disse que, se ele quisesse, mandasse uma mensagem no whatsapp. Na saída, seu sapato caiu e ela voltou, afinal de contas, voltar para casa com os pés descalços seria muito ruim. E ela não esperou por mais nada em sua torre, pegou sua mochila e escreveu sua história. Deu gargalhadas, andou descabelada… Fez a sua sorte.

 

3. BRANCA DE NEVE

Ilustração por Giselle Fontes

Ela teve uma infância difícil. Ela perdeu muito enquanto ainda era uma menina. Ficou à mercê daquela que escolheu, ao invés de amá-la, privá-la do que era bom de viver.

Então, ela cresceu sem grandes ambições. Aquela que deveria tê-la amado, era a maior das reféns das vaidades deste século. Sempre procurava a cirurgia do momento para apagar as marcas da sua trajetória. Um dia, diante do espelho, a rainha percebeu que a verdadeira beleza estava no que poderíamos viver. Em vez de ocupar-se de escrever a sua história, ocupou-se de investir tempo para que a princesa não desenhasse o seu caminho; tentava matar sua alma. Por desejar viver e não terminar seus dias num castelo diante do espelho, a menina deixou aquele lugar. Caminhou muito; encarou trilhas. Para manter-se, trocou trabalho por hospedagem na casa de uma família composta por pessoas pequenas.

Um dia, enquanto a princesa caminhava pela floresta, ofereceram-lhe uma maçã. Ela recusou, pois estava comendo algo muito apetitoso: uma barra de chocolate. Conheceu um homem sonhador que queria muito beijá-la. O beijo aconteceu quando ela quis, afinal de contas, um beijo de amor verdadeiro deve envolver reciprocidade. E novamente ela decidiu partir; não preocupou-se se ele iria com ela ou não. Parou de acreditar em feitiços ou em maçãs envenenadas, entendendo que a magia do mundo está em contemplar a natureza e as artes. Ela apenas saiu por aí e viu a beleza do mundo.

4. A BELA ADORMECIDA

Ilustração por Giselle Fontes

No ambiente em que ela cresceu, todos a superprotegiam. Tudo isso devido a uma suposta maldição que dizia que ela estaria condenada a um sono eterno caso se arriscasse a espetar o dedo numa roca de fiar. Ah! Como damos importância às profecias que os outros lançam em nossas vidas! Por muito tempo, sua vida foi toda estruturada para evitar riscos.

Ela era naturalmente curiosa; sempre pensava no que poderia haver no ponto mais alto da torre. A princesa era tão protegida por todos que ela não conhecia sua capacidade, seus limites, tampouco suas próprias lágrimas.

Um dia, sem nenhuma explicação aparente, ela começou a subir as escadas rumo ao ponto mais alto do castelo. Ao chegar viu muitos teares e demais aparelhos de costura. Embora todos aqueles objetos a fascinassem, ela se dirigiu à janela onde era possível ver todo o reino e além. Por um instante apenas se perguntou “Posso ver o que há lá de perto?”.

Em vez de por-se a mexer em rocas de tear, ela desceu as escadas até o seu quarto, imaginando o que faria da sua vida.

Finalmente, ela deixou de lado supostas profecias e costurou sua própria história. Caminhou por aí… Por fim, decidiu ir além das fronteiras do reino. Talvez ela encontrasse o amor verdadeiro em outra pessoa, mas ela já havia encontrado verdadeiro amor em si própria.

LEIA TAMBÉM:

Livros para inspirar viagens

5 desenhos animados com mulheres viajantes

Gostou? Compartilhe no Facebook e/ou Twitter! Siga-nos em nossas redes: Twitter, Facebook, Pinterest e Instagram!

     

Organize sua viagem através de nossos parceiros.  Dessa forma, você ajuda a manter este blog e não paga NADA a mais por isso.

Alugue seu carro com RentCars.

Reserve sua hospedagem através de booking.com.

Escolha seus passeios com TourOn

Pesquise passagens aéreas com Skyscanner

Encontre seu chip internacional com Viaje Conectado ou Easysim4u

Adquira seu seguro viagem com a Seguros promo

passagens aéreas
Encontre passagens aéreas para sua viagem!

 

aluguel de carros
Alugue com a Rentcars e fique livre de problemas!

 

seguro viagem
Já pensou na hipótese de extravio de mala? Ou ficar doente em uma viagem? Contrate um seguro viagem! Evite transtornos em sua viagem!



Booking.com

 

Brasileira e carioca. Residente no Rio de Janeiro. Formada em Pedagogia, atua como professora, mais especificamente na área de Educação Especial. Casada, além disso vive com um cachorro com uma inteligência assustadora. Ama dançar. Mochileira assumida com paixão por botar o pé na estrada.