Pico da Bandeira: Um desafio entre dois estados
O Pico da Bandeira possui 2891 metros de altitude, é o terceiro pico mais alto do país. Ele faz divisa com os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, sendo o ponto mais alto de ambos. O pico está localizado no Parque Nacional do Caparaó que possui muitas belezas além do seu principal protagonista. Visitei o parque pelo lado de Minas na cidade de Alto do Caparaó e vou contar pra vocês como foi encarar o desafio de subir no terceiro Pico mais alto do Brasil. Foi difícil, mas gostei tanto que já fui três vezes: é meio viciante!
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Sempre gostei de natureza, cachoeira, trilha etc, mas subir um pico não estava nos meus planos. Até que surgiu um convite e um desafio: subir o Terceiro pico mais alto do país. Achei ousado demais para minha primeira vez, mas topei o desafio e parti para parte principal dessa jornada: equipamentos.
A primeira vez que subi o pico, recebi do organizador do passeio uma lista com tudo que eu precisava para não ter problemas durante a subida. A lista era longa e eu achei que não ia conseguir comprar tudo. Não tinha quase nada para um acampamento em uma montanha; sem luz elétrica e totalmente exposta a natureza. Este é um dos pontos mais importantes deste post: jamais suba uma montanha sem estar bem equipado. Você precisa pesquisar muito para saber o que é necessário para sua subida. Presenciei pessoas desmaiando, com crise de hipotermia e esgotadas pelo esforço da caminhada e excesso de peso. Segue uma lista das principais coisas que levei: Segunda pele, tênis de trekking, moletom, blusa de lã, corta-vento, touca, luvas, meias, pelo menos 5 pares (uma de lã), lanterna, saco de dormir, isolante térmico, fogareiro, barraca, comidas leves e de fácil preparo.
Depois de tudo preparado, chegou o tão esperado dia. Pegamos um ônibus fretado com uma turma de jovens, todos muito animados e com muita expectativa. Foram cerca de 8 horas de viagem durante a noite. Chegamos na cidade ao amanhecer. Esperamos o parque abrir e começamos nossa jornada.
Existem dois pontos de parada dentro do parque: Tronqueira e Terreirão. Saímos da portaria de Jipe rumo à Tronqueira. A subida é pesada, mas vi alguns carros de passeio fazendo o trajeto. Tronqueira é um espaço no parque onde começa a trilha para o Pico da Bandeira. A partir dali só é possível ir caminhando. Na Tronqueira tem uma casa com uma base para os vigias do parque que também é estruturada com vestiários, chuveiros e um espaço para Camping. Ali começou a minha primeira subida rumo ao Pico da Bandeira.
Assim que saímos da Tronqueira pegamos uma subida um pouco pesada na trilha. Após essa primeira parte, a trilha fica um pouco mais leve. Infelizmente, os equipamentos pesam e uma mochila com 6kg pesa cerca de 12kg após uns 40 minutos de caminhada; não é fácil. O que nos dá força para continuar é a paisagem espetacular que vemos durante toda a trilha.
Não vou mentir pra vocês, a subida é muito desgastante. Eu atribuo a maior parte do desgaste ao peso que carregamos. O calor também contribui muito para tornar a trilha mais cansativa. A melhor época para a subida é no inverno. Nesse período as chuvas diminuem e a temperatura é mais baixa, porém o sol estava castigando em todas as vezes que fiz essa trilha.
Ao chegar no Terreirão somos invadidos por uma felicidade sem precedentes. O alívio de poder tirar a mochila e relaxar é maravilhoso. Depois de descansarmos um pouco, começamos a montar acampamento.
Cada um monta sua barraca, lembrando que o Camping não possui luz elétrica, por isso o ideal é montar tudo antes do anoitecer. Cheguei ao Terreirão no começo da tarde, então deu tempo para montar a barraca e ainda passear um pouco perto do camping para conhecer os arredores do Terreirão.
Fiquei impressionada com a paisagem do Parque. Se você tiver tempo para passear por lá, verá lugares como os mostrados nas fotos a seguir.
Ao anoitecer vamos todos para a barraca, a temperatura começa a despencar. Fiquei assustada com a rapidez com que o frio chega. Para tentar espantar o frio, os fogareiros começam a funcionar e as pessoas preparam bebidas e comidas quentes.
Com o frio aumentando vamos nos refugiar nas barracas ainda cedo. Temos de levantar de madrugada, pois a subida ao Pico acontece por volta das 3 horas. O objetivo é ver o sol nascer lá de cima. Com o frio que fazia, dormir também se tornou um desafio. Estava com nada mais, nada menos que 3 calças, 3 blusas, além da segunda pele e 3 meias sendo uma de lã e ainda tremia de frio. O meu saco de dormir suporta uma temperatura de 3° a -7 °C e mesmo assim custei a conseguir dormir; sentia muito frio. Ao acordarmos de madrugada, a água de algumas poças estavam congeladas. Mas ainda tínhamos uma jornada a seguir, a segunda parte da trilha para de fato alcançarmos o Pico da Bandeira.
Graças a Deus, nessa parte não precisamos carregar as mochilas pesadas, então levamos água, um lanche leve e partimos com nossas lanternas. O acampamento estava lotado, são dezenas de pessoas em uma procissão, seguindo a trilha. O ideal é ir controlando o tempo, para não chegar rápido demais no pico. Lá em cima venta muito, é quase impossível ficar lá muito tempo. Então, o ideal é chegar minutos antes do sol nascer. Nosso guia foi controlando o tempo e fazendo paradas até chegar a hora certa. Fiquei cerca de 40 minutos lá em cima aguardando o nascer do sol, quase morri de frio. Segundo algumas pessoas estava -5°C lá em cima. Ainda tinha o vento que quase arrastava a gente, mas a vista lá de cima é linda. Estávamos todos em busca de um nascer do sol perfeito. E não é que conseguimos?!?
Assim que o sol aparece, começamos nossa descida rumo ao Terreirão para desmontarmos acampamento. Depois descemos a trilha toda até a Tronqueira para pegarmos o Jipe e ir até o ônibus que nos levaria para casa. Algumas pessoas me perguntam: Valeu a pena carregar peso, sofrer em uma trilha pesada, ficar sem tomar banho (afinal, naquele frio é quase impossível, tentei uma vez e senti meu corpo todo dormente) e encarar um frio de doer os ossos? Só posso responder que valeu cada segundo. Me senti mais forte, resistente, corajosa depois dessa experiência. Acho que todos deveriam superar algum desafio, só assim saberiam o que eu senti todas as vezes que subi ao Pico da Bandeira.
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